Os 5 melhores jogadores de final de jogo de todos os tempos
A fase final do jogo de xadrez requer conhecimento teórico e precisão prática. O terceiro campeão mundial, José Raul Capablanca, disse: “Para melhorar seu jogo, você deve estudar os finais antes de tudo, porque enquanto os finais podem ser estudados e dominados por si mesmos, os meios-jogos e as aberturas devem ser estudados em relação aos finais”.
Os finais podem nos surpreender de várias maneiras, inclusive no resultado. Quantos finais cometemos um erro pensando que foram um empate ou que um lado conseguiu vencer? Alguns dos melhores jogadores da história se destacaram ainda mais nesta fase difícil do jogo. Vou comentar sobre o que considero ser o top 5:
Rubinstein
Nascido em 12 de outubro de 1882 na Polônia, Akiba Rubinstein se destacou no início do século XX. Ele é premiado, junto com Paul Keres e Victor Korchnoi, com o título não oficial de “Campeão sem coroa”, pois, apesar de suas excelentes atuações e vitórias nos principais torneios do mundo, não conseguiu disputar o título mundial. Entre suas brilhantes vitórias, encontramos muitos finais surpreendentes, uma fase do jogo que é reconhecida até hoje. Vejamos uma de suas obras mais famosas:
[Evento “São Petersburgo”] [Site “?”] [Data “1909.??.??”] [Rodada “?”] [Branco “Cohn, Erich”] [Preto “Rubinstein, Akiba”] [Resultado “0-1”] [Configuração “1”] [FEN “8/pp2kppp/4p3/8/1Pr5/P3PP2/3K1P1P/R7 w – – 0 24”] [PlyCount “30”] [DataDoEvento “2020.11.15”] 24. Rc1 $2 (24. f4 )
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Capablanca
O cubano José Raúl Capablanca foi o terceiro campeão mundial entre 1921 e 1927. Ele é considerado um finalista de destaque, uma fase do jogo que deixou um grande legado de ensinamentos, desenvolvendo princípios gerais até então despercebidos pelos jogadores de sua época que subestimaram esta última fase do jogo e sua conexão com a abertura. Vamos ver um belo toque final no seguinte final de peão:
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Smyslov
Vasily Smyslov foi o sétimo campeão mundial da história do xadrez, conquistando o título ao derrotar Mikhail Botvinnik por 12,5 a 9,5 em 1957. Foi a segunda partida, de três na história, pelo trono mais alto entre os dois. A primeira foi em 1954 e Botvinnik manteve o título ao empatar em 12-12. A terceira foi em 1958, onde Smyslov perdeu o título, fazendo com que ele fosse campeão mundial por apenas um ano. Apesar disso, ele permaneceu entre a elite do xadrez mundial por décadas, chegando à final do torneio de candidatos em 1984, quando tinha 62 anos e enfrentando Garry Kasparov, 41 anos mais jovem.
Seu estilo era caracterizado pela harmonia de suas peças que pareciam se coordenar facilmente em suas mãos. Foi comparado a Capablanca, devido à aparente simplicidade de suas vitórias e excelente jogo no final de jogo, destacando-se especialmente em finais de torre, tema que desenvolveu em sua obra “Teoria dos Finais de Torre”. Seus jogos são um excelente estudo para melhorar nos finais, vamos ver um final de jogo contra outro dos melhores jogadores da história, Robert Fischer.
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Karpov
Anatoly Karpov, campeão mundial por 10 anos consecutivos entre 1975 e 1985, tinha um estilo muito peculiar, com aparência perfeccionista. Ele melhorou sua posição de forma sistemática, calma, mas estranguladora, impedindo as intenções do oponente e anulando-o a cada movimento. Essa habilidade permitiu que ele se destacasse ainda mais nas finais, sendo considerado um dos melhores da história. O final a seguir é inesquecível por sua aparência de empate e pela precisão de Karpov em vencê-lo:
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Gostou da lista? Qual seria a sua seleção dos 5 melhores jogadores de final de jogo da história?